A Câmara Municipal de Salvador tem mantido, desde 2019, o advogado Luiz Américo Barreto Albiani Alves na folha de pagamento com salário de R$ 12.132,23 mensais, no cargo comissionado de secretário de gabinete da presidência, mesmo sem cumprir expediente ou a carga horária de 40 horas semanais exigida pelo cargo. As informações constam de denúncia feita por servidores municipais e obtida pela reportagem.

Segundo os denunciantes, a situação configura um possível ato de improbidade administrativa, envolvendo o advogado e, por omissão, a própria presidência da Casa Legislativa. O caso ganhou repercussão interna após um assessor questionar a ausência do servidor no local de trabalho, apesar de sua nomeação formal.
De acordo com documentos e relatos de funcionários, a nomeação de Luiz Américo ocorreu em 2019. Desde então, afirmam os servidores, o advogado teria recebido integralmente os salários, mesmo sem cumprir a jornada de trabalho.
No meio jurídico baiano, Luiz Américo é conhecido como Luca Albiani.
Segundo fontes que preferem não se identificar, o advogado tem atuação influente e é visto por alguns colegas como um facilitador na obtenção de pareceres e decisões judiciais, atribuindo-se esse reconhecimento à tradição e prestígio do sobrenome Albiani no meio jurídico local.
Um advogado, que também pediu anonimato, declarou que o nomeado “mantém uma prática reiterada de atuar nos bastidores para obtenção de pareceres favoráveis”, graças à sua proximidade com determinadas autoridades do Judiciário baiano. A reportagem ressalta que tais alegações são de responsabilidade das fontes ouvidas e carecem de confirmação oficial.
A reportagem aguarda posicionamento da presidência da Câmara Municipal de Salvador e do Ministério Público da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (GEPAM), sobre os questionamentos referentes à nomeação e à regularidade da situação funcional do advogado.